Inverdades e Desmentiras, Não há razão, Toda nudez será castigada, A essência está na voz, The Doors, Aforismos.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
sábado, 8 de dezembro de 2007
Frio

rua da esperança
nuvem de queimada
na noite fria
mês de maio
mês de mesmo
mesmice maio
nesse frio de outono
como se me dissesse
como
ainda vou
escuridão adentro
poste de luz
pra mim mesmo
apagando a escuridão em brasa
névoa opaca
(como de resto toda trégua)
mês que vem
aqui arde
o mesmo frio de sempre
mas as plantas não sentem frio
e eu
não quero ser enterrado de jeans
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
sábado, 27 de outubro de 2007
Palavras insuficientes, metáforas distantes

Reprimo emoções,
Meu ego é flácido.
Faço sempre antes,
Apago o valor dos instantes.
Exalto-me fácil
E sempre tiro, sem querer,
As mãos do volante.
Às vezes falo o que não penso,
Pois para transmitir meu pensamento,
Preciso passar, junto, meu sentimento.
E este, sufocado,
Impede a formação dos dados
Necessários a todo o entendimento.
A linguagem pura me é insuficiente.
Já as metáforas necessárias,
Inalcançáveis a mim.
A vontade de expressao
Transborda na mente,
Mas não escorre pelo corpo,
Meu verdadeiro ente.
A fonte está ligada.
Os canais, obstruídos.
O ser, estático.
E o ego, vívido.
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
A essência está na voz
Um dia desses, deitado na cama com ela, olhava o teto, ela não sei.
Nossos corpos pouco se encostavam, mas era constante.
Conversávamos sobre não sei o quê, sua voz era muito presente.
Deixei minhas memórias dela de lado, a sentia apenas como som e calor, sem nenhuma lembrança ou dedução associada a isso.
Percebia sua voz como todo o seu ser e prestava atenção em sua maciez, na tonalidade e intenção daquelas palavras, as quais os significados não importavam, pois não havia informação junto a elas.
Vi que o mais interno de alguém está em sua voz, e o externo em sua “casca”, sua forma.
Nós somos as nossas vozes.
Nossos corpos pouco se encostavam, mas era constante.
Conversávamos sobre não sei o quê, sua voz era muito presente.
Deixei minhas memórias dela de lado, a sentia apenas como som e calor, sem nenhuma lembrança ou dedução associada a isso.
Percebia sua voz como todo o seu ser e prestava atenção em sua maciez, na tonalidade e intenção daquelas palavras, as quais os significados não importavam, pois não havia informação junto a elas.
Vi que o mais interno de alguém está em sua voz, e o externo em sua “casca”, sua forma.
Nós somos as nossas vozes.
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
sábado, 29 de setembro de 2007
med(r)O

Caos é Ordem
elétrons dos movimentos
ar de massas dinâmica
acontecimentos dos desencadear
borboletas de efeito
meiando o regimento
da Grande Orquestra
Ordem é Caos
estudar e então reproduzir
morrer e então trabalhar
nascer a qualquer momento
eis o ciclo de vida deslinearizado
privilégio dos bem-aventurados
que guiam-se pela sintonia das aleatoriedades
Ordem e Caos
Caos e Ordem
existe maior paradoxal antíntese
maior humana síntese?
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Poemia do neologístico

Dangerósissima criarte de desdesinventar:
uma emordnílap no obsessismo dos desmultifacetados halteregos,
o lugar-incomum do duplipensar;
rotina-se, todaviamente, em pernortear-se
em dessentimentos de poderter, de poderser,
distriburridos, que velham sozinhozinhos
na desimaginação do teadorar em desface ao seadorar,
na separas-são do inseparavelementar.
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Carpe Diem: 1° ato?
é a sensação, só pode ser.
e o sentimento, o pensamento
meros ensaios do seu monólogo
para que o improviso não saia catastrófico
em sua apresentação única
morrer é não estar em harmônica cinestesia
tudo é morrer, menos viver.
não há fotografia estroboscópica do ser
o ser é a encenação do tempo
o tempo é a indumentária do ser
matar o tempo não é homícidio
vividos são os irracionais!
e o sentimento, o pensamento
meros ensaios do seu monólogo
para que o improviso não saia catastrófico
em sua apresentação única
morrer é não estar em harmônica cinestesia
tudo é morrer, menos viver.
não há fotografia estroboscópica do ser
o ser é a encenação do tempo
o tempo é a indumentária do ser
matar o tempo não é homícidio
vividos são os irracionais!
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Silêncio?

Tente ficar em silêncio.
Não o silêncio externo, mas o interno.
A voz, dentro, não pára.
Tente novamente.
Fixe em algum ponto
E veja quantos segundos demora sua mente a falar.
Não muitos.
Se se precisa de esforço para que se a cale,
Há desequilíbrio.
Sem equilíbrio a atenção não resiste.
O desequilíbrio do corpo é visível,
Já o de dentro, oculto.
Em tudo se quer inferir.
A aceitação é curta.
Agora, se quiseres ouvir o mais belo som, o do silêncio,
Há de deixar tudo.
Seja um nada, finja que o conhecimento não existe
E que somente existe o presente e a presença.
E, se tiveres uma prova dele, é o suficiente,
Mesmo que para sempre ele se ausente.
Basta não esquecê-lo.
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Tudo faz parte

A atenção ao externo
Potencializa o interno.
Afia a mente
E a faz alerta ao universo,
O verdadeiro agente.
O ser humano,
Além de ser humano,
É parte disso tudo.
Mas a gente pensa
Que somos o único agente,
Erroneamente,
Desse mundo fluente,
Que, como condição para fluir,
Deve se auto-concluir,
Sem deixar nenhum ente ausente.
Quando aceitamos tudo,
Sem distinção perante a gente,
Nos integramos a todos esses outros
Também agentes,
Mas que agora,
Junto à gente,
Deixam de conflitar e fluem,
Finalmente, perfeitamente.
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
O voyeur e o exibicionista

ardendo na chama da vaidade
gozando o calor da contemplação
a ânsia de ser apreciado
satisfeita pelo prazer da invasão
ardor na sensação do patente
combustão oxidada pelo proibido
a coexistência dos adversos
é a labareda humana da libido
em todas esferas da existência
há fogo em relações homônimas
seja entre homem e mulher
ou leitor e blogueiro, sinônimas
segunda-feira, 23 de julho de 2007
Realidade Meta-Pseudo-Virtual
estão todas as realidades existindo simultaneamente?
existe a possibilidade de todos os futuros existirem lado a lado?
por que continuamos recriando a mesma realidade?
é possível estarmos tão condicionados à nossa rotina,
que compramos a idéia que não temos controle algum sobre nada?
realidade é o que vemos com nosso cérebro
ou o que vemos com nossos olhos?
o cérebro não sabe diferenciar
o que vê no ambiente de suas lembranças.
O que acontece dentro de nós é, na verdade
o que cria o que acontece fora, e não o contrário.
O mundo tem várias forma de realidade em potencial
até você escolher o que quer.
as suas escolhas dependem do mundo ao seu redor
que dependem do que acontece dentro de você
que depende do que vê no ambiente e das lembranças
os quais você não sabe diferenciar:
é meta, é pseudo, é virtual, essa realidade
que integramos sem questionar a palpibilidade
existe a possibilidade de todos os futuros existirem lado a lado?
por que continuamos recriando a mesma realidade?
é possível estarmos tão condicionados à nossa rotina,
que compramos a idéia que não temos controle algum sobre nada?
realidade é o que vemos com nosso cérebro
ou o que vemos com nossos olhos?
o cérebro não sabe diferenciar
o que vê no ambiente de suas lembranças.
O que acontece dentro de nós é, na verdade
o que cria o que acontece fora, e não o contrário.
O mundo tem várias forma de realidade em potencial
até você escolher o que quer.
as suas escolhas dependem do mundo ao seu redor
que dependem do que acontece dentro de você
que depende do que vê no ambiente e das lembranças
os quais você não sabe diferenciar:
é meta, é pseudo, é virtual, essa realidade
que integramos sem questionar a palpibilidade
sexta-feira, 13 de julho de 2007
Dias Dês

de frente pra zona sul e de costas pra zona norte
e é isso que é morte.
é a morte do coro dos desafinados
do rumo dos desencaminhados
do leite dos desmamados
da sopa dos desdentados
é a rouquidão dos desaverbados
a casa sem chão dos desnacionalizados
o ócio dos desonerados
é a reticência dos deserdados
desenganados, desesperançados
desfigurados, desfalcados...
é o adverso dos desnaturados
desprovidos de decência de deliberar desapego
de desmentir desigualdade dos desnorteados
segunda-feira, 25 de junho de 2007
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Inverdades e desmentiras
Fulano conhecia o perigo das drogas.
E o que é o conhecimento,
manifestação morta do intelecto,
senão a adoção, resignada,
do produto de pseudo-pensamentos de outrem,
fruto do inapelável impulso de formação
de metáforas sobre metáforas
de igualação do não-igual,
do desserviço à espontaneidade?
Fulano usava a "folha", "doce" e outras iguarias.
E o que na linguagem
anda de braços dados com a realidade?
Os conceitos, como o de folha,
criados aleatoriamente, sem relação com a coisa em si,
nos remetem à existência de uma folha primordial,
como se todas as outras fossem dela desenhadas por mão inábeis,
de modo que nenhuma cópia, ainda que parecida,
fosse fidedigna à originalmente divina.
Fulano era honesto até que a necessidade o desdisse.
E as virtudes e defeitos, as subjetividades humanas,
são elas classificáveis, generalizáveis?
Como podem ações individualizadas, únicas,
influenciadas por um sem quanto de detalhes,
fruto de uma mente fora de seu nicho ecológico,
serem postas em xeque por um sem número de regras arbitrárias?
Qual a razão da honestidade? A própria honestidade?
Ou seja, a folha por causa da folha?
Fulano sentia-se triste com o rumo de sua vida.
E até que ponto o sentimento,
assim como seu discernimento, são amigos da intuição?
Mentir sempre segundo uma convenção sólida,
obrigação de uma sociedade insólita,
mistura-nos o concreto ao abstrato.
Um rei, dormindo 12 horas por dia, sonhando ser plebeu
é concretamente tão feliz quanto
um plebeu, dormindo 12 horas por dia, sonhando ser rei.
Fulano drogava-se para procurar um sentido na existência,
para projetar-se num plano metafísico mais elevado,
onde o conhecimento fosse a verdade intuitiva,
a linguagem fosse a do gesto, do olhar,
as subjetividades plenas, dando identidade à sua impessoalidade,
e os sentimentos fossem puros e intensos, vindos do fundo do ser.
Ele descobriu, enfim, um sentido na falta de sentido.
E o que é o conhecimento,
manifestação morta do intelecto,
senão a adoção, resignada,
do produto de pseudo-pensamentos de outrem,
fruto do inapelável impulso de formação
de metáforas sobre metáforas
de igualação do não-igual,
do desserviço à espontaneidade?
Fulano usava a "folha", "doce" e outras iguarias.
E o que na linguagem
anda de braços dados com a realidade?
Os conceitos, como o de folha,
criados aleatoriamente, sem relação com a coisa em si,
nos remetem à existência de uma folha primordial,
como se todas as outras fossem dela desenhadas por mão inábeis,
de modo que nenhuma cópia, ainda que parecida,
fosse fidedigna à originalmente divina.
Fulano era honesto até que a necessidade o desdisse.
E as virtudes e defeitos, as subjetividades humanas,
são elas classificáveis, generalizáveis?
Como podem ações individualizadas, únicas,
influenciadas por um sem quanto de detalhes,
fruto de uma mente fora de seu nicho ecológico,
serem postas em xeque por um sem número de regras arbitrárias?
Qual a razão da honestidade? A própria honestidade?
Ou seja, a folha por causa da folha?
Fulano sentia-se triste com o rumo de sua vida.
E até que ponto o sentimento,
assim como seu discernimento, são amigos da intuição?
Mentir sempre segundo uma convenção sólida,
obrigação de uma sociedade insólita,
mistura-nos o concreto ao abstrato.
Um rei, dormindo 12 horas por dia, sonhando ser plebeu
é concretamente tão feliz quanto
um plebeu, dormindo 12 horas por dia, sonhando ser rei.
Fulano drogava-se para procurar um sentido na existência,
para projetar-se num plano metafísico mais elevado,
onde o conhecimento fosse a verdade intuitiva,
a linguagem fosse a do gesto, do olhar,
as subjetividades plenas, dando identidade à sua impessoalidade,
e os sentimentos fossem puros e intensos, vindos do fundo do ser.
Ele descobriu, enfim, um sentido na falta de sentido.
quarta-feira, 13 de junho de 2007
Dia dos namorados.
Saudade do teu perfume,
Que às vezes acho que sinto.
Impulso instantâneo,
Na lembrança revivo.
A qual finjo ouvir.
Feminina, gostosa,
Forço a memória a sentir.
No qual vejo o infinito.
Com olhos fechados,
O tempo não sinto.
Bem de perto,
E fixar,
Com o olhar curto,
A imagem do amar,
Sem nenhum turvo.
Toda a saudade é preenchida,
Rapidamente,
Com mais perfumes marcantes,
Mais beijos paralisantes
E mais olhares inocentes.
quarta-feira, 6 de junho de 2007
O belo e estreito nuance do branco-e-preto

em contraste a sua inocência
está sua sensualidade;
e o que seria de sua virgindade
sem a sua impudência?
leveza e clareza
fardo, mistério;
fragilidade, impotência
força e poder:
isso forma o arco-íris do ser
embora descolorimos-no sem saber
é normal ser paradoxal
e é assumindo-nos numa cor fixa
que pintamos a vida cinza
sexta-feira, 1 de junho de 2007

Às vezes, sinto que algo está faltando.
Às vezes não, constantemente.
Mas será que não é o contrário?
Ao invés de estar faltando, pode estar sobrando!
Excesso de preocupações, excesso de desejos, excesso de prazeres.
Sobra tanta coisa que a mente não pára quieta.
Fica querendo nadar contra a corrente.
E mesmo querer fazer nada já é um querer.
domingo, 20 de maio de 2007
sexta-feira, 18 de maio de 2007
A Energia Metamórfica

cada um ao seu tempo
de uma maneira descronometrada
buscamos nossa essência
ansiamos por nossa hora zero
procurando no que acreditar
como se houvesse um relógio pra consultar
acabamos por não crer no que passou;
os ponteiros não apontam claros
embora claros sejam os ponteiros
e onipresença, moção de montanhas
onipotência e consolo das desventuras
parecem conceitos divinos atemporais
cada um ao seu deus
cada um ao seu Tempo
quinta-feira, 10 de maio de 2007
domingo, 6 de maio de 2007
quinta-feira, 3 de maio de 2007
sexta-feira, 27 de abril de 2007
Fazer para desfazer

Ciclo.
Renovação,
degradação.
Vício circular,
círculo vicioso.
Se ir para voltar
é comer para defecar,
é chover para evaporar
ou viver para morrer, então
os fins não justificam os meios mas
o faz o meio, embora, no meio, decline.
Caminhando de volta ao ponto de saída,
uma maneira prolixa de ser conciso,
o pós-clímax corta todo o clima e
os passos tornam-se mecânicos:
ganhar para perder dinheiro,
matar para ganhar o tempo,
variar para desvariar,
buscar para rebuscar,
cobrir e descobrir,
correr e recorrer,
tudo fica denso
e lento, é o
anúncio do
fim do
Ciclo.
segunda-feira, 23 de abril de 2007
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Mãos

Mãos,
Cinco dedos,
Cinco pontas,
Que juntos formam a mais incrível ferramenta
Com as mais belas proporções.
O polegar, grande diferencial,
Se junta ao indicador
Para fazer a pinça,
Que pincela possibilidades infinitas
De criação ou destruição.
Um aperto de mãos,
Um abraço, um tapa.
Simples ações
Cheias de significado,
Que afunilam emoções
E possibilitam interações
De agrado ou desagrado.
Há mãos que acolhem,
Mas há mãos que mordem.
Há também as que aquecem,
Porém há as que estremecem.
Expressão máxima do divino,
Mãos, as suas quais são?
Deus Cinza

a coexistência de antagonismos
como que por distração da dissociação
ingenuidade da repulsão
ou imperfeição da imperfeição
é o caminho desumano da inconsciência
minado pela condição humana
austeridade deveras intangível
à rapidez, preces, vastidão, força e poder
dos mais destros, crentes, imponentes, valorosos e eminentes
cavalos, bispos, torres, peões, reis e rainhas
que, axadrezados sós em seus limitados espaços
enquadram-se na mediocridade de seus extremos
sem restrição de resignação à inexpansão
resta a nós, dessintonizados não-visionários
o equilíbrio desequilibrado dos mortais
que, ainda assim, é ameaçado
pelos desenganos dos nossos movimentos
quando, por não fazermos jogadas perfeitas
acabamos fazendo-as mal-feitas
segunda-feira, 9 de abril de 2007
O meio (do meio)

ao desfortúnio da contrariedade, expelem uns:
"a batalha foi perdida" (com languidez desdita)
e inspiram outros:
"experiência foi adquirida" (de valia desmedida)
à contigüidade do desintuito, turvam uns:
"é a última chance" (fugidia num relance)
e clareiam outros:
"há ainda uma chance" (de concreto alcance)
à iminência do crepúsculo, finalizam uns:
"Boa noite" (ardida como açoite)
e começam outros:
"boa tarde" (de perseverança alarde)
início (do fim)
ou
fim (do início)?
sábado, 31 de março de 2007
O Sémen e a Flor
brota a semente da presença
como que florida de nascença
de fotossíntese do semeador
a flor da pele, o candor
floresce pavidamente
da sensação impotente
de que semea dor o semeador
mas, à flor da pele, a flor da pele
sensibiliza-se, semeada cutaneamente
que, desflorada de seus entrementes
semea amor o semeador
como que florida de nascença
de fotossíntese do semeador
a flor da pele, o candor
floresce pavidamente
da sensação impotente
de que semea dor o semeador
mas, à flor da pele, a flor da pele
sensibiliza-se, semeada cutaneamente
que, desflorada de seus entrementes
semea amor o semeador
terça-feira, 27 de março de 2007
Alternativa
Tire as máscaras antes de entrar,
aja duas vezes sem pensar,
ponha o carro na frente dos bois,
pois os últimos serão sempre os últimos
e tempo é vivência.
Recordar é pausar a vida
e ter a consciência limpa não é ter memória fraca.
A última impressão é a que fica.
Beba muita cachaça,
esqueça-se depressa de mim.
Vá pelo sol,
não pise no cimento,
fale com estranhos,
mas o dinheiro não fala todas as línguas
e o futuro a você pertence.
Faça o que faço e não o que digo:
em terra de cego quem tem um olho é apredrejado.
Fuja do anti-convencional.
aja duas vezes sem pensar,
ponha o carro na frente dos bois,
pois os últimos serão sempre os últimos
e tempo é vivência.
Recordar é pausar a vida
e ter a consciência limpa não é ter memória fraca.
A última impressão é a que fica.
Beba muita cachaça,
esqueça-se depressa de mim.
Vá pelo sol,
não pise no cimento,
fale com estranhos,
mas o dinheiro não fala todas as línguas
e o futuro a você pertence.
Faça o que faço e não o que digo:
em terra de cego quem tem um olho é apredrejado.
Fuja do anti-convencional.
quinta-feira, 22 de março de 2007
Eu-lírico
como podem metáforas da língua
ser expressionismo de funções emotivas?
como podem metonímias de 1° pessoa
estereotipar a semântica de polissemia?
reticências, exclamações, interrogações, vírgulas, quando pontuadas
soam ao receptor como orações de sujeito desinencial, indeterminado
com conotação de eufemismo romântico
denotação de naturalismo irônico
e acento agudo em catacrese intertextual
ao emissor, sua própria retórica é paródia:
não há coesão ou coerência, concordância ou regência
não há pleonasmo, mas prosopopéia
coordenando com junções subordinativas
pseudo-paralelismo de realismo
dos versos, um eu-lírico depreende hiato fonético
de narração heurística
de argumentação metalinguística
ser expressionismo de funções emotivas?
como podem metonímias de 1° pessoa
estereotipar a semântica de polissemia?
reticências, exclamações, interrogações, vírgulas, quando pontuadas
soam ao receptor como orações de sujeito desinencial, indeterminado
com conotação de eufemismo romântico
denotação de naturalismo irônico
e acento agudo em catacrese intertextual
ao emissor, sua própria retórica é paródia:
não há coesão ou coerência, concordância ou regência
não há pleonasmo, mas prosopopéia
coordenando com junções subordinativas
pseudo-paralelismo de realismo
dos versos, um eu-lírico depreende hiato fonético
de narração heurística
de argumentação metalinguística
segunda-feira, 19 de março de 2007
Amor...
Amor se sente.
Amor não se passa,
Amor se exala.
Amor não se recebe,
Amor se percebe.
Amor não espera,
Encara.
Amor não se cria,
Amor surge,
Feito a chuva,
De repente,
Que logo se apossa, preenche,
E faz da vida nossa,
Presente.
Mas não se consome,
Se aspira.
Não se gasta,
Se perde.
Não se acaba,
Se esquece.
E não é só,
É mútuo.
Não é cego,
É mudo.
Amor não se passa,
Amor se exala.
Amor não se recebe,
Amor se percebe.
Amor não espera,
Encara.
Amor não se cria,
Amor surge,
Feito a chuva,
De repente,
Que logo se apossa, preenche,
E faz da vida nossa,
Presente.
Mas não se consome,
Se aspira.
Não se gasta,
Se perde.
Não se acaba,
Se esquece.
E não é só,
É mútuo.
Não é cego,
É mudo.
sábado, 10 de março de 2007
Homenagem (atrasada) a elas.

As responsáveis por nossos entantos.
As sensivelmente aguçadas.
As sentimentalmente capazes
De amparar nossos desencantos.
Elas que têm curvas,
Elas que quebram nossos quadrados,
Que moldam-nos em círculos,
Hiperbolizam nossas paixões.
Elas que manifestam o valor do que não se explica,
Que equilibram nossa razão
Com o transbordamento da emoção.
As criadoras de vida,
A condição à poesia.
As resistentes à dor,
Os redemoinhos de amor.
quinta-feira, 8 de março de 2007
quinta-feira, 1 de março de 2007
Cidade Cenário

Cidade Plenário
promotora da ambição
advogada da competição
álibi da inspiração
prova de condenação
Julgamento jocoso
invariavelmente duvidoso
descaradamente criminoso;
Cidade Arenário
desaglomerada aglomeração
desapropriada apropriação
involuída evolução
explosiva implosão
Paradoxo de organismos estressados
poluidamente desnaturados
roboticamente cronometrados;
Cidade Cessionário
contraste mordaz
de inter-relação fugaz
egocentrismo loquaz
e artificialismo tenaz
Multidão insossa
que desmultifacetada em fossa
é desprovida de coletiva bossa.
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
O que não falta, mas deveria faltar

O que não falta é hipocrisia,
Que consolida personagens,
Nada mais que viagens
De mentes em fantasia.
Distorções de realidades,
Negações de vontades.
Mentiras em busca de um objetivo ilusório
Que inconscientemente vai contra a si próprio.
Chega de evitar o sentir,
Essência nossa.
E que se danem os rótulos,
Morram os preconceitos!
Conformadas futilidades,
Ausências de profundidade.
Que faz da vida estagnada, retorcida,
Não aproveitada.
Vida parada.
Chega de dúvidas!
Aceitar o que é, se aceitar, é preciso.
domingo, 11 de fevereiro de 2007
Chuva
Tu representas a divindade da água.
Revela a capacidade dela de se movimentar em qualquer corpo.
Faz isso, no nosso, pela circulação sanguínea e osmose.
E na terra, corpo celestial, através dos rios e da chuva.
Ela que se faz necessária à vida, justamente por esse poder único de renovar tudo o que encosta.
Presente nos céus, presente na terra, presente no ar, onipresente.
Condição ao equilíbrio.
Chuva, seu som é macio.
Nuvem, sua forma é bela.
Cachoeira, seu ar tranqüiliza.
Rio, seu toque faz bem.
E água, seu gosto que gosto não tem, é o melhor que tem.
Revela a capacidade dela de se movimentar em qualquer corpo.
Faz isso, no nosso, pela circulação sanguínea e osmose.
E na terra, corpo celestial, através dos rios e da chuva.
Ela que se faz necessária à vida, justamente por esse poder único de renovar tudo o que encosta.
Presente nos céus, presente na terra, presente no ar, onipresente.
Condição ao equilíbrio.
Chuva, seu som é macio.
Nuvem, sua forma é bela.
Cachoeira, seu ar tranqüiliza.
Rio, seu toque faz bem.
E água, seu gosto que gosto não tem, é o melhor que tem.
Mente?
sagaz-mente
paradoxal-mente
ve-e-mente-mente
mente
no tocante à mentira
fantasiosa-mente inflingimos-nos
a temporaria-mente acreditar
no que o subordinado corpo
não nos deixa expressar
mas por que dissimulada-mente renegar
o advérbio essencial-mente do nosso prosear?
Por que irracional-mente alimentar a bola-de-neve
ameaçadora-mente em rota de colisão
com o pilar dos nossos relacionamentos?
talvez, por inconveniente conveniência
de uma cultura triste-mente
marcada por incoerências
ou quiçá tudo não passe de mera quimera
fugaz-mente fabricada confusa-mente
por uma limitada mente
incapaz de sequer inexata-mente
distingüir o pensamento singular do plural
paradoxal-mente
ve-e-mente-mente
mente
no tocante à mentira
fantasiosa-mente inflingimos-nos
a temporaria-mente acreditar
no que o subordinado corpo
não nos deixa expressar
mas por que dissimulada-mente renegar
o advérbio essencial-mente do nosso prosear?
Por que irracional-mente alimentar a bola-de-neve
ameaçadora-mente em rota de colisão
com o pilar dos nossos relacionamentos?
talvez, por inconveniente conveniência
de uma cultura triste-mente
marcada por incoerências
ou quiçá tudo não passe de mera quimera
fugaz-mente fabricada confusa-mente
por uma limitada mente
incapaz de sequer inexata-mente
distingüir o pensamento singular do plural
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007
Ausência de inspiração
Abstinência de criação,
Necessidade de sensação,
Miséria de percepção.
Isolamento interno,
Vontade de extroversão.
A volatilidade da consciência
Faz das emoções brincadeira.
Dá porrada na alma,
A deixa elétrica,
E depois outra porrada,
Anestésica.
Por favor,
Seja ubíqua novamente.
Necessidade de sensação,
Miséria de percepção.
Isolamento interno,
Vontade de extroversão.
A volatilidade da consciência
Faz das emoções brincadeira.
Dá porrada na alma,
A deixa elétrica,
E depois outra porrada,
Anestésica.
Por favor,
Seja ubíqua novamente.
terça-feira, 6 de fevereiro de 2007
Paráfrase
Para perceber em plenitude o sentido de paráfrase, é preciso que você parafraseie um pouco.
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Paráfrase
para frase
é perífrase
de antífrase
Desvaria fase
infindo êxtase
reticente frase
fugaz homeostase
desatrelada crase
A gradual anástase
é sob tudo uma base