Em destaque:
Inverdades e Desmentiras, Não há razão, Toda nudez será castigada, A essência está na voz, The Doors, Aforismos.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Fazer para desfazer


Ciclo.
Renovação,
degradação.
Vício circular,
círculo vicioso.
Se ir para voltar
é comer para defecar,
é chover para evaporar
ou viver para morrer, então
os fins não justificam os meios mas
o faz o meio, embora, no meio, decline.
Caminhando de volta ao ponto de saída,
uma maneira prolixa de ser conciso,
o pós-clímax corta todo o clima e
os passos tornam-se mecânicos:
ganhar para perder dinheiro,
matar para ganhar o tempo,
variar para desvariar,
buscar para rebuscar,
cobrir e descobrir,
correr e recorrer,
tudo fica denso
e lento, é o
anúncio do
fim do
Ciclo.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Sem necessidade da escrita.


segunda-feira, 16 de abril de 2007

Mãos


Mãos,
Cinco dedos,
Cinco pontas,
Que juntos formam a mais incrível ferramenta
Com as mais belas proporções.

O polegar, grande diferencial,
Se junta ao indicador
Para fazer a pinça,
Que pincela possibilidades infinitas
De criação ou destruição.

Um aperto de mãos,
Um abraço, um tapa.
Simples ações
Cheias de significado,
Que afunilam emoções
E possibilitam interações
De agrado ou desagrado.

Há mãos que acolhem,
Mas há mãos que mordem.
Há também as que aquecem,
Porém há as que estremecem.
Expressão máxima do divino,
Mãos, as suas quais são?

Deus Cinza


a coexistência de antagonismos
como que por distração da dissociação
ingenuidade da repulsão
ou imperfeição da imperfeição
é o caminho desumano da inconsciência
minado pela condição humana

austeridade deveras intangível
à rapidez, preces, vastidão, força e poder
dos mais destros, crentes, imponentes, valorosos e eminentes
cavalos, bispos, torres, peões, reis e rainhas
que, axadrezados sós em seus limitados espaços
enquadram-se na mediocridade de seus extremos
sem restrição de resignação à inexpansão

resta a nós, dessintonizados não-visionários
o equilíbrio desequilibrado dos mortais
que, ainda assim, é ameaçado
pelos desenganos dos nossos movimentos
quando, por não fazermos jogadas perfeitas
acabamos fazendo-as mal-feitas

segunda-feira, 9 de abril de 2007

O meio (do meio)


ao desfortúnio da contrariedade, expelem uns:
"a batalha foi perdida" (com languidez desdita)
e inspiram outros:
"experiência foi adquirida" (de valia desmedida)

à contigüidade do desintuito, turvam uns:
"é a última chance" (fugidia num relance)
e clareiam outros:
"há ainda uma chance" (de concreto alcance)

à iminência do crepúsculo, finalizam uns:
"Boa noite" (ardida como açoite)
e começam outros:
"boa tarde" (de perseverança alarde)

início (do fim)
ou
fim (do início)?