não posso estar certo se pelo menos isso provém univocamente da minha essência, compreender até que ponto fui contaminado de automaticidade ao (tentar) furtar-me à mecânica das engrenagens da Sociedade, retroalimentada ingenuamente pelos organismos humanos. voltando, a que remeteria a tal famigerada personalidade, a qual deveria, ao menos em tese, responder a fatídica pergunta 'quem sou eu?', caracterizar o ser (ou o não-ser)? ah, à expressão-de-uma-parte-ínfima-mas-dominante-do-eu, quase me esqueço. já que toquei no assunto, e esse tal eu, o que mesmo era para ser? para não fugir do lugar-comum, usa-se dizer que seria aquilo constamente inconstante, toda aquela metamorfose ambulante. você sabe: tempos de efemeridades, mutabilidade deixou de ser insanidade para virar moda global. Mas o que eu não entendo é que. ou será que não é que? que? qual? quando? como é que alguém definiu que, ao menos no infinitésimo de intervalo de tempo, eu sou eu, você é você, não somos vários, e todo mundo, não sendo todo mundo, acreditou, acreditaram? como podemos (nós?) crer em democracia de nossas partes, de nossos átomos, quando na verdade vivemos ditadura sangrenta de certas tendências (melhor: fraquezas) nossas, modeladas a cada instante pelo meio? não há para onde fugir: somos a encarnação de todas as possibilidades, atitudes e sentimentos, nós podemos (e queremos, ah, no fundo queremos) ser tudo, ser todos, tudo ao mesmo tempo e, com quase que a totalidade do nosso potencial oprimido pelo mundo, acabamos a vaguear robotizados por trajetórias algorítmicas, não-arbitrárias, e sem óleo nas juntas.
ser ou não-ser: eis a ausência de questão se, ao invés de não-sermos, nós fôssemos.
não sei você, mas eu, esse tal de eu que todos falam (e são) deve ser outro, não eu.
13 comentários:
Se vc não é vc..mas é outro e não eu...quem é vc e quem sou eu??
A eterna pergunta sem resposta...
Já leu alguma coisa de Levi Strauss sobre isso???
bjos
Não li não! O que tem a me dizer a respeito?
Eu já estou ficando meio recorrente nesse assunto:
Eu não sou eu nem sou o outro,
sou qualquer coisa de entre-mente,
pilar da ponte de água-ardente,
que vai de mim para o outro.
Depois deste texto...Entrei em crise, kkkkkkkkkkkkkk, eu já não sei se eu,sou eu mesmo...Ou será que eu sou outra pessoa, mais se eu fosse outra pessoa eu seria vc, ou ele, mais ele é ele, ou não é ele, vc eu já sei que não é vc...Então que nós somos????
Gostei do seu texto...Maravilhoso teu blog...
http://surtandonodiva.blogspot.com/
no suprimir do ego, o eu deixa de existir
Sábias palavras, Pietro.. e isso é tão forte que, mesmo se um ser humano tentasse com todas as suas forças quebrar essa casca de aparências que é a personalidade, pelo método que fosse, ele estaria sujeito a transferir o ego do eu para o não-eu, ao invés de destruí-lo, o que seria o objetivo, a libertação..
Olha,só respondendo o comentario, não tenho tempo de ler seu post agora, to num pc emprestado :)
Mas assim que tiver um tempinho eu passo aqui e faço um coment decente ;)
E sobre a cidade sem opções do que fazer, infelizmente não é um sentimento, é um fato, husiahsiuashia =D
Até mais =*
Quem somos?
De onde viemos?
Para onde vamos?
Quem dic que temos que aceitar o que nos é imposto pelo resto do mundo?
essas perguntinhas...acho que todos nós fazemos...
bjus
"Eu não sou eu nem sou o outro,
sou qualquer coisa de entre-mente,
pilar da ponte de água-ardente,
que vai de mim para o outro."
Nem sei o que dizer dps disso..
Tem horas..q o silêncio diz tudo..
Sobre Levi Strauss e antropologia geral...acho q vc ia gostar!
Beijos
GENTE, se eu não sou você, e você não é eu, quem é ele que faz parte do nós ? o.O
Estou confuso hahahaha
Muito intenso seu post!
Concordo com o Pietro: " no suprimir do ego o eu deixa de existir". E aí nos tornamos UM com o TODO, presença, mônada, Espírito etc...
É claro que estando encarnados e em processo de desenvolvimento da consciência de se SER uma consciência . . . conviver com o ego, com a nossa mente sem nos confundirmos com ela é a grande sabedoria que nos conforta !
Beijo no seu coração, tia Mônica
qual? quem?
o elefante rosa?
ou o elefante verde?
o hipopotamo azul
ou o amarelo?
e o ciano e o vermelho?
elho elho, ano ano...
mais um ano.
eis a ausencia
ausente
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