Fulano conhecia o perigo das drogas.
E o que é o conhecimento,
manifestação morta do intelecto,
senão a adoção, resignada,
do produto de pseudo-pensamentos de outrem,
fruto do inapelável impulso de formação
de metáforas sobre metáforas
de igualação do não-igual,
do desserviço à espontaneidade?
Fulano usava a "folha", "doce" e outras iguarias.
E o que na linguagem
anda de braços dados com a realidade?
Os conceitos, como o de folha,
criados aleatoriamente, sem relação com a coisa em si,
nos remetem à existência de uma folha primordial,
como se todas as outras fossem dela desenhadas por mão inábeis,
de modo que nenhuma cópia, ainda que parecida,
fosse fidedigna à originalmente divina.
Fulano era honesto até que a necessidade o desdisse.
E as virtudes e defeitos, as subjetividades humanas,
são elas classificáveis, generalizáveis?
Como podem ações individualizadas, únicas,
influenciadas por um sem quanto de detalhes,
fruto de uma mente fora de seu nicho ecológico,
serem postas em xeque por um sem número de regras arbitrárias?
Qual a razão da honestidade? A própria honestidade?
Ou seja, a folha por causa da folha?
Fulano sentia-se triste com o rumo de sua vida.
E até que ponto o sentimento,
assim como seu discernimento, são amigos da intuição?
Mentir sempre segundo uma convenção sólida,
obrigação de uma sociedade insólita,
mistura-nos o concreto ao abstrato.
Um rei, dormindo 12 horas por dia, sonhando ser plebeu
é concretamente tão feliz quanto
um plebeu, dormindo 12 horas por dia, sonhando ser rei.
Fulano drogava-se para procurar um sentido na existência,
para projetar-se num plano metafísico mais elevado,
onde o conhecimento fosse a verdade intuitiva,
a linguagem fosse a do gesto, do olhar,
as subjetividades plenas, dando identidade à sua impessoalidade,
e os sentimentos fossem puros e intensos, vindos do fundo do ser.
Ele descobriu, enfim, um sentido na falta de sentido.
Inverdades e Desmentiras, Não há razão, Toda nudez será castigada, A essência está na voz, The Doors, Aforismos.
18 comentários:
Antes que alguém fale, isso não é uma apologia às drogas.. as drogas são uma metáfora para um meio de alcance de um estado de consciência superior.
drogas são legais
de certa forma me identifiquei, auhahua.
o que vem a ser "fidegina"?
ah, metáfora... sei...
Não sei Pietro, nunca as usei. Agora, se você acha que isso não é uma metáfora, então eu sou um gênio!
Fidedigna.. já corrigi lá.. valeu!
Imaginei mesmo que fosse rolar um déjà vu da sua parte.. hehehe
caio??
foi vc mesmo que escreveu?? anda fumando folha de bananeira, menino?
quando te conheci vc nao era assim não...
to brincando moço!!!
ficou mto boa!
mas realmente parece apologia as drogas...
saudade!!!
beijo!
isso é apologia, sim senhor!
tsc tsc tsc
tô começando a ficar preocupada com você...
Daqui a pouco, tá se drogando por aí.
Beijos.
Não falei.. como vocês são previsíveis.. hehehe
Vou falar em português claro não-polissêmico então: as drogas podem ser esse meio pra algumas pessoas, mas existem outros, e cada um tem o seu..
ou é droga ou é meditação ou os dois
não tem outro meio auhhauua
Nada disso.. existem muitas coisas.. pra mim a principal é a natureza.. mas, só pra citar mais um exemplo, aquele show do Roger Waters me deixou em alfa sem precisar recorrer a artifícios (artificiais) como os seus..
Mas esses não deixam de implicar uma espécie de meditação.. talvez a meditação já seja o estágio final, não o meio..
contemplar de certa forma é meditar
ah, e garanto q minha curtição no show foi melhor! auauhha
hahahahahaaha
figuras!!
Pietro, pára de levar o Caio pro mau caminho! Se a mãe dele ler isso aqui, te mata!!!!
Sim! E que o diga seu último post do Sinteticamente!
Fala aí Ju, Gata, e as outras pessoas que eu sei que lêem mas nunca comentam.. opinem aí!!
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